sábado, 20 de dezembro de 2008

A fé da Cruz e a Espada (Colaboração)

Caros amigos, este comentário é uma colaboração do professor de História Marcio Nunes.

A fé da Cruz e a Espada
O escopo deste artigo não tem muito a ver com as idas cruzadas ou com os desdobramentos de seus acontecimentos, é apenas a memória de um jantar. Estas linhas montam uma reflexão em cima do comportamento de alguns cristãos, contudo, desde já limito as concepções daqueles que vão dizer que formulo um julgamento, logo, é apenas o direito de exercer o livre pensamento. Meu intuito não é criticar o Livro das Leis Sagradas, ou os bons cristãos, honrados pais de famílias, bons brasileiros, os convictos do Poder da sua fé, logo, meu foco é a atitude de alguns de seus seguidores, e a retificação destes pelas instituições que os condicionam de forma errada.
Todavia, num desses domingos estava com meu irmão, e ele aguardava a chegada da sua esposa para ir jantar com uns amigos da Igreja. Neste contexto, ele educadamente convidou-me, logo, eu aceitei. Fomos a um bom restaurante localizado no Bairro da Tijuca, um lugar bonito e confortável. Comigo estava um dvd intitulado live after death, de uma respeitada banda de heavy metal do final dos idos anos 70. Nós chegamos ao restaurante, nos cumprimentamos e nos sentamos como em qualquer círculo social do ocidente, contudo, o que era pra ser um jantar em um ambiente agradável acabou desdobrando-se em um episódio de desnecessária falta de educação. Ao notarem o dvd de heavy metal cujo conteúdo das letras tocam as nuances obscuras de características teatrais muito utilizadas pelo gênero, não obstante, exigia-se no mínimo uma interpretação simples e educada, logo, o respeito ao gosto alheio. O que de fato não aconteceu!
Para expressar minha idéia usarei o pensamento de um filósofo crítico ferrenho do cristianismo chamado Nietzsche, em seu Livro intitulado O anticristo ele nos dá em suas palavras a idéia que é retificada inconscientemente por estas instituições e que critica com muita veemência: “NÃO JULGUEIS! (...) Ao fazerem Deus julgar, julgam eles próprios; (...), simplesmente para permanecerem acima, dão a aparência de uma luta pela virtude, de um combate pelo predomínio da virtude” (NIETZSCHE, 1888).
Essa pequena citação expressa de forma sintética a mensagem que tento passar por essas linhas. Nunca a moral de ninguém pode ser apontada, desrespeitada por essa ou aquela ideologia ou concepção religiosa. Pois acredito em um Deus que ama incondicionalmente seus filhos, não importa onde estejam eles. Pois esse período turbulento, no qual vivemos, que vendem a idéia da materialização do Apocalipse leva as conclusões errôneas da proposta inicial do cristianismo que não propõe ao seu novo adepto ora a hermeticidade de sua mente, ora o comportamento fundamentalista. O cristianismo propõe ao seu novo adepto a renovação da mente e a construção de um novo caráter. Portanto é uma lástima que muitos que fazem parte do corpo da Igreja não compreendem isso, ou não querem compreender. Pois criticar a conduta moral de certos líderes espirituais que enchem os bolsos com os dízimos de seus fiéis não é permitido, logo, o argumento construído para rebater este apontamento contundente é que falar mal de um líder espiritual trás maldição. Também, a maldição perseguirá aqueles que maldizem a postura das Igrejas que oferecem diversas facilidades, a não convencional mudança de vida e etc.
Portanto, a triste verdade é que isso é uma realidade. Talvez uma das piores conseqüências da postura da atual Igreja é afastar as pessoas que de fato almejam a Salvação pelo Evangelho.

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