domingo, 14 de dezembro de 2008

Desabafo de um profissional da educação!

Depois de um longo tempo estou de volta, de agora em diante serei freqüente e meus comentários diários. Estive afastado por motivos profissionais, ou melhor, o profissional afastou o humano. A empresa que estava trabalhando quase não me deixava pensar em qualquer outra coisa que não fosse referente a sua estrutura, uma espécie de fordismo caboclo, mas consegui minha alforria.
E por falar nessa empresa, acredito que todos vocês já devem saber que trabalho na área da educação, atuando como professor de História e infelizmente ando desiludido com a estrutura do ensino. Bem, disse com a estrutura, pois nunca ficaria desiludido com a minha profissão. Mesmo depois de presenciar uma série de irregularidades como, por exemplo, fabricação de notas, lançamento de conceitos de matérias não lecionadas, professores sendo coagidos a praticarem essas irregularidades, entre outras, ainda assim, continuo acreditando nos meus ideais, nos meus sonhos e na minha função como agente social.
Sei que o capital se enraizou na estrutura do ensino, as escolas particulares funcionam como empresas comuns que vendem um produto qualquer (neste caso infelizmente o conhecimento) e nós profissionais da educação somos tratados como mera força de trabalho barata, de fácil treinamento e de custo baixíssimo.
Se você pensa que ao procurar o seu sindicato seus problemas estarão resolvidos, está enganado. Os sindicatos funcionam, em sua grande maioria, como escritórios de contabilidade que ratificam o que a empresa propõem, a paixão, a defesa da categoria na sua essência e as lutas, foram trocadas por uma simples conferência de dados entre empresa e sindicato.
Mas como mudar tudo isso? Se você sonha como uma sociedade mais justa é melhor deve começar a pensar nisso. Não existe estrutura social justa no tipo de sistema econômico que vivemos e o que podemos fazer é tentar amenizar as desigualdades e para fazê-lo é necessário lutarmos por uma educação digna, uma que proporcione condições de luta neste tipo de estrutura, pois o que vemos são pessoas que sofrem todo tipo de manipulação e que infelizmente ainda acreditam na fábula do burguês mítico, o burguês que enriqueceu trabalhando duro de sol a sol. E se entregam a reproduzir o sistema, acreditando que o trabalho duro é o grande redentor, esquecem que a educação vai muito além de um mero papel timbrado referente a algum título que lhes proporcionem um pequeno aumento de salário.
Queridos amigos, lutem e não se entreguem, pois é isso que eles querem. Não se sintam superiores aos seus companheiros de trabalho, pois para o seu patrão seu título de mestrado é mais caro que a graduação do seu colega de luta, e imagine quem vai ser demitido no final do semestre.
Quero e preciso trabalhar, mas quero um tempo para pescar!

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