sábado, 28 de maio de 2011

O negro no Brasil

O negro no Brasil

Historicamente o negro sempre foi motivo de discussões no Brasil. Do seu uso como objeto de trabalho, a sua incorporação como trabalhador, de sua invisibilidade social a sua luta por inclusão. Vários são os temas que freqüentam os debates, mas, de uma maneira geral, as diretrizes não são traçadas pelos negros.

Desde o inicio, ainda no século XVI, a incorporação do negro ao Brasil foi balizada pela elite, este mesmo grupo para camuflar a dominação e exploração econômica, criou instrumentos de coerção intelectual que justificavam a idéia da superioridade branca. Com o passar do tempo esta dominação se incorporou aos conceitos sócio-culturais brasileiros e acabou tornando-se parte da superestrutura do Estado.

Abordaremos este assunto, de uma maneira bem sucinta, o dividindo em dois temas: O branco no comando e Da invisibilidade social a luta por inclusão.

O branco no comando

Desde o início da colonização portuguesa no Brasil, os negros encontravam uma estrutura produtiva montada, onde eram dominados e usados como máquinas na fabricação de capital. A dominação nesse período se dava a partir da força, da coerção física na escravidão, na qual os negros eram submetidos a castigos quando não correspondiam aos interesses dos brancos. Assim, neste período, ficava estabelecido o modelo de relacionamento social que marcaria a história de negros e brancos no Brasil. Mas que modelo é esse? É um modelo fundamentado na relação econômica, onde o negro é explorado e o branco está no comando.

A partir do século XIX a prática da escravidão começa a ser contestada com mais intensidade, não por ser um ato desumano, mas sim por ser uma vergonha para qualquer sociedade civilizada da época. Além disso, o trabalho escravo, mesmo sendo escravo, era ainda muito oneroso aos brancos, ou melhor, a elite, pois exigia um gasto muito grande com a manutenção da força produtiva e com a logística de controle das revoltas dos negros. Existia uma outra forma de exploração econômica muito mais rentável e que já estava sendo aplicada na Europa há algum tempo, a relação capitalista de trabalho. Nesta relação, o burguês, possuía um vínculo com o trabalhador que se resumia apenas ao pagamento de uma quantia irrisória pela sua força de trabalho. O burguês deixava o trabalhador livre para buscar seu sustento e organizar sua vida.

Mas como aplicar este modelo ao Brasil? O que ocorreria se a liberdade fosse concedida aos negros? De uma coisa a elite branca tinha certeza, de que deveria se precaver para manter seu poder, e mais, sabiam que a liberdade dos negros geraria uma intensa busca, por parte dos dominados, por um pedaço de terra, e isso poderia suscitar, no futuro, condições de igualdade entre os grupos envolvidos no jogo, pois terra por aqui sempre representou poder. E a liberdade dos negros veio, e junto com ela a necessidade de aplicar no país, as tais relações capitalistas de trabalho, e elas foram empregadas, mas com os brancos, leia-se elite, no comando.

O vácuo deixado pelos negros foi ocupado pelos imigrantes europeus, que eram brancos, mas foram obrigados a se submeterem a nossa elite branca. E os negros que partiram para as relações capitalistas foram empurrados para os piores tipos de trabalhos existentes, criando ali o embrião das relações de trabalho capitalistas entre negros e brancos no Brasil. Mas para maquiar essa dominação, a elite tratou de desenvolver dispositivos de todo tipo, que amenizavam a segregação social e ainda justificavam a sua posição de vencedora no jogo do poder.

Entre estes dispositivos está à ideologia da democracia racial, mecanismo coercivo que gerava a falsa idéia de que no Brasil os segmentos étnicos conviviam em perfeita harmonia. Mas na verdade, este sistema de idéias criava uma espécie de estamento étnico-social, que passou a funcionar de duas maneiras, primeiro tirava dos negros a ânsia de conquistarem visibilidade social, pois para o sistema eles já estavam inclusos, bastava aos excluídos que se incluíssem ao modelo capitalista. E esta idéia criava no inconsciente coletivo dos negros a rejeição por suas origens, já que elas representavam humilhação. Assim quanto mais próximos dos brancos, nas roupas ou mesmo na aparência seria melhor.

Isto deu a elite branca o comando da sociedade brasileira, que era justificado não só pelo poder econômico, mas também por ser o modelo que todos aqueles que desejassem alcançar o topo da pirâmide social, deveriam seguir.

Da invisibilidade social a luta por inclusão

Dispositivos como este citado acima, desenvolveram uma hierarquização social que empurrou os negros para a marginalização histórica. Com o decorrer do século XX esta marginalização se tornou uma verdadeira invisibilidade social, mesmo com os negros se fazendo notar.

O movimento negro no século XX ganhou força com o surgimento de várias células de resistência, como a imprensa negra paulista e a Frente Negra Brasileira, que veio a se tornar um partido político. Com o advento do Estado Novo este partido foi dissolvido, e em seguida, no período da redemocratização foi considerado ilegal. Assim sem opção política para buscarem visibilidade social e cidadania, os negros são obrigados a retornarem as suas formas tradicionais de resistência cultural. A única exceção neste momento é o Teatro Experimental do Negro, fundado no Rio de janeiro e que tinha como objetivo conscientizar os negros sobre suas origens e de seu papel na sociedade brasileira. Mas a invisibilidade política e social continuava, e os negros, só eram lembrados como referência cultural ou mesmo como um problema para o desenvolvimento do país.

Entre as décadas de 1950 e 1970 surgem dois movimentos negros, a Associação Cultural do Negro e o Instituto de Pesquisa e Cultura Negra, que buscavam rearticular e criar bases ideológicas fortes para o movimento negro brasileiro. Mas era um período de ditadura militar e os militares haviam transformado a democracia racial brasileira em uma de suas bandeiras, com isso, qualquer negro que se levantasse contra essa política era tratado como traidor da pátria. Mais uma vez o movimento negro havia perdido seu poder de contestação, foi cerceado do seu direito de reinvidicação por participação política e de sua busca por uma maior visibilidade social. O movimento hiberna e ressurge forte na segunda metade da década de 1980, o fim da ditadura deu mais liberdade política e civil às pessoas, cientes de suas necessidades, os negros iniciam uma nova etapa em sua luta, a militância.

A partir da elaboração e da promulgação da Constituição federal de 1988, o movimento negro brasileiro sai da passividade e começa a militar por seus direitos. A Constituição ajuda, pois possui dispositivos legais que garantem uma série de direitos aos negros, mas ainda era necessário buscar mais. Neste contexto a principal vitória do movimento foi a conscientização dos afrodescentes, que não se entendiam negros, de sua negritude. Mulatos e pardos acabaram tornando-se negros e isto fez com que o movimento ganhasse força. O grupo passou a exercer pressão não só social mais também política, pois o movimento descobriu que possuía, e em grande número, a moeda de barganha política, o voto.

Outras conquistas vieram como o sistema de cotas, que é visto por muitos de forma ambígua, pois ao mesmo tempo em que da aos negros condições de alcançarem posições que nunca imaginavam, sustenta a idéia de que as conquistas deste grupo só acontecem quando os brancos os auxiliam. Mas sabemos que por de trás de todas estas fórmulas excludentes se escondem as principais razões para se manter este modelo, que são os interesses econômicos e políticos da elite brasileira. Um grupo que não aceita de maneira alguma ter que dividir seu espaço no poder e na riqueza com outros segmentos sociais, e por isso faz de tudo para barrar o avanço dos negros em busca de seu espaço.

Referências Bibliográficas

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília: Senado Federal, 1988.

_____. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394 20 de novembro de 1996. Diário Oficial da União, Brasília, 1996.

_____. Lei nº10.639. Inclui a obrigatoriedade da temática “História e Cultrura Afro-Brasileira” no currículo oficial da rede de ensino. Diário Oficial da União, Brasília, 2003.

BRASIL. Assembléia Nacional Constituinte. VII - Comissão da Ordem Social: Anteprojeto da Comissão. Brasília: Centro Gráfico do Senado Federal, 1987.

____. Comissão de Sistematização: Anteprojetos das Comissões Temáticas. Brasília: Centro Gráfico do Senado Federal, 1987.

FUKS, M. Arenas de ação e debates públicos: conflitos ambientais e a emergência do meio ambiente enquanto problema social no Rio de Janeiro (1985-1992). Rio de Janeiro: Irih Contas, 1999.

GUIMARÃES, A. S. A. Racismo e anti-racismo no Brasil. São Paulo: Editora 34, 1999.

HERINGER, R. Promoção da igualdade racial no Brasil. Teoria e Pesquisa, nº 42 e 43, p. 285-302, 2004.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A ATUAL POBREZA ESSENCIAL HUMANA

Em minhas andanças procuro sempre escutar os comentários de grupos ou de pessoas, e, ultimamente, ou melhor, normalmente, as conversas giram em torno de alguns assuntos corriqueiros e que parecem ser regra nas rodas de bate papo, tais como: violência, pobreza, poluição, corrupção, impunidade, desemprego, baixos salários, entre outros.
Nestes debates criticam outras pessoas e instituições como se elas estivessem acima do bem ou do mal, isentas da coerção que é naturalmente impostas a todos que vivem em uma sociedade capitalista, hipócrita, superficial, oca e desigual como a nossa. Quero destrinchar este tema com cuidado, pois também faço parte desta mesma sociedade e como todos, também sofro com suas algemas.
Certa vez li uma matéria em uma revista que dizia que um viajante holandês se surpreendeu com o conteúdo das conversas em bares e restaurantes visitados por ele aqui no Brasil. Este holandês revelou que por aqui éramos muito mais politizados que seus compatriotas, pois em sua terra natal as pessoas se reuniam para discutir ou debater sobre assuntos de menos importância, por exemplo, falar mal do vizinho. Bem, será que somos tão politizados assim ou as administrações públicas são tão ruins que acabam ficando em evidência frequente? Sinceramente acredito na segunda hipótese e talvez os holandeses, compatriotas deste viajante, não tenham tanta necessidade de discutir assuntos como esse, porque em seu país a corrupção não esteja instalada e enraizada na alma e na essência de sua sociedade.
Mas voltando aos nossos críticos de botequim, é muito fácil subir em um pedestal e se entender como uma peça fora do jogo e simplesmente não se achar parte desta sociedade corrompida e corruptível. Será que algum desses críticos já se perguntou sobre seu papel sócio-político e o que ele faz para mudar todo este quadro? Acredito infelizmente que não. Criticamos tudo e todos, nossos parentes, vizinhos, políticos, instituições, qualquer coisa, até pelo fato de que aquele que critica deixa transparecer que é muito bem informado, que é militante de alguma causa e que participa ativamente de movimentos que buscam mudanças reais.
O mesmo que se lança contra a violência nessas rodas de conversas, em muitas vezes regadas a bebidas alcoólicas, dirigi seu veículo embriagado e causa graves acidentes ou ao ser pego bêbado por um policial, tenta suborná-lo. Tantos outros falam sobre preservação ambiental, mas furtam energia, desperdiçam água, não se preocupam com a condição miserável e sobre-humana de vida de seus irmãos, que para não morrerem de fome degradam o meio ambiente. E ainda existem alguns que reclamam que pagam seus impostos e não podem se quer sair casa com seus caros veículos, jóias e pertences importados sem correrem o risco de serem assaltados. Queridos críticos, a violência, a falta de segurança, os crimes hediondos e todas as mazelas que ocorrem em nosso país são provocadas pela desigualdade, pela miséria, pela concentração de renda e de terra, cada centavo que vocês acumulam a mais e sem necessidade gera fome, violência e morte.
Certa vez um professor que tive na faculdade comentou sobre valores morais universais humanos independentes de qualquer tipo de influencia cultural, eram elas: justiça, o respeito aos mais velhos e as crianças, luta contra a violência, entre outros, aos quais ele chamou de ética humana.
Se não respeitamos princípios como esses, não podemos nos entender como humanos, e infelizmente a tendência é que nossas relações se tornem cada vez mais cruéis e superficiais.
Sempre que você pensar em criticar alguém ou alguma coisa, pense e se pergunte será que sou diferente desta pessoa? O que faço para mudar isso? Será que sou engajado? Todos os dias tento responder a estas questões.
É triste se entender como parte de uma sociedade vazia, oca e essencialmente cruel, não estou me isentando desta classificação, pois faço parte dessa mesma sociedade, mas tento me livrar constantemente desta influencia, sei que é difícil, mas deve ser exercitada diariamente.


sábado, 20 de dezembro de 2008

A fé da Cruz e a Espada (Colaboração)

Caros amigos, este comentário é uma colaboração do professor de História Marcio Nunes.

A fé da Cruz e a Espada
O escopo deste artigo não tem muito a ver com as idas cruzadas ou com os desdobramentos de seus acontecimentos, é apenas a memória de um jantar. Estas linhas montam uma reflexão em cima do comportamento de alguns cristãos, contudo, desde já limito as concepções daqueles que vão dizer que formulo um julgamento, logo, é apenas o direito de exercer o livre pensamento. Meu intuito não é criticar o Livro das Leis Sagradas, ou os bons cristãos, honrados pais de famílias, bons brasileiros, os convictos do Poder da sua fé, logo, meu foco é a atitude de alguns de seus seguidores, e a retificação destes pelas instituições que os condicionam de forma errada.
Todavia, num desses domingos estava com meu irmão, e ele aguardava a chegada da sua esposa para ir jantar com uns amigos da Igreja. Neste contexto, ele educadamente convidou-me, logo, eu aceitei. Fomos a um bom restaurante localizado no Bairro da Tijuca, um lugar bonito e confortável. Comigo estava um dvd intitulado live after death, de uma respeitada banda de heavy metal do final dos idos anos 70. Nós chegamos ao restaurante, nos cumprimentamos e nos sentamos como em qualquer círculo social do ocidente, contudo, o que era pra ser um jantar em um ambiente agradável acabou desdobrando-se em um episódio de desnecessária falta de educação. Ao notarem o dvd de heavy metal cujo conteúdo das letras tocam as nuances obscuras de características teatrais muito utilizadas pelo gênero, não obstante, exigia-se no mínimo uma interpretação simples e educada, logo, o respeito ao gosto alheio. O que de fato não aconteceu!
Para expressar minha idéia usarei o pensamento de um filósofo crítico ferrenho do cristianismo chamado Nietzsche, em seu Livro intitulado O anticristo ele nos dá em suas palavras a idéia que é retificada inconscientemente por estas instituições e que critica com muita veemência: “NÃO JULGUEIS! (...) Ao fazerem Deus julgar, julgam eles próprios; (...), simplesmente para permanecerem acima, dão a aparência de uma luta pela virtude, de um combate pelo predomínio da virtude” (NIETZSCHE, 1888).
Essa pequena citação expressa de forma sintética a mensagem que tento passar por essas linhas. Nunca a moral de ninguém pode ser apontada, desrespeitada por essa ou aquela ideologia ou concepção religiosa. Pois acredito em um Deus que ama incondicionalmente seus filhos, não importa onde estejam eles. Pois esse período turbulento, no qual vivemos, que vendem a idéia da materialização do Apocalipse leva as conclusões errôneas da proposta inicial do cristianismo que não propõe ao seu novo adepto ora a hermeticidade de sua mente, ora o comportamento fundamentalista. O cristianismo propõe ao seu novo adepto a renovação da mente e a construção de um novo caráter. Portanto é uma lástima que muitos que fazem parte do corpo da Igreja não compreendem isso, ou não querem compreender. Pois criticar a conduta moral de certos líderes espirituais que enchem os bolsos com os dízimos de seus fiéis não é permitido, logo, o argumento construído para rebater este apontamento contundente é que falar mal de um líder espiritual trás maldição. Também, a maldição perseguirá aqueles que maldizem a postura das Igrejas que oferecem diversas facilidades, a não convencional mudança de vida e etc.
Portanto, a triste verdade é que isso é uma realidade. Talvez uma das piores conseqüências da postura da atual Igreja é afastar as pessoas que de fato almejam a Salvação pelo Evangelho.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Desabafo de um profissional da educação!

Depois de um longo tempo estou de volta, de agora em diante serei freqüente e meus comentários diários. Estive afastado por motivos profissionais, ou melhor, o profissional afastou o humano. A empresa que estava trabalhando quase não me deixava pensar em qualquer outra coisa que não fosse referente a sua estrutura, uma espécie de fordismo caboclo, mas consegui minha alforria.
E por falar nessa empresa, acredito que todos vocês já devem saber que trabalho na área da educação, atuando como professor de História e infelizmente ando desiludido com a estrutura do ensino. Bem, disse com a estrutura, pois nunca ficaria desiludido com a minha profissão. Mesmo depois de presenciar uma série de irregularidades como, por exemplo, fabricação de notas, lançamento de conceitos de matérias não lecionadas, professores sendo coagidos a praticarem essas irregularidades, entre outras, ainda assim, continuo acreditando nos meus ideais, nos meus sonhos e na minha função como agente social.
Sei que o capital se enraizou na estrutura do ensino, as escolas particulares funcionam como empresas comuns que vendem um produto qualquer (neste caso infelizmente o conhecimento) e nós profissionais da educação somos tratados como mera força de trabalho barata, de fácil treinamento e de custo baixíssimo.
Se você pensa que ao procurar o seu sindicato seus problemas estarão resolvidos, está enganado. Os sindicatos funcionam, em sua grande maioria, como escritórios de contabilidade que ratificam o que a empresa propõem, a paixão, a defesa da categoria na sua essência e as lutas, foram trocadas por uma simples conferência de dados entre empresa e sindicato.
Mas como mudar tudo isso? Se você sonha como uma sociedade mais justa é melhor deve começar a pensar nisso. Não existe estrutura social justa no tipo de sistema econômico que vivemos e o que podemos fazer é tentar amenizar as desigualdades e para fazê-lo é necessário lutarmos por uma educação digna, uma que proporcione condições de luta neste tipo de estrutura, pois o que vemos são pessoas que sofrem todo tipo de manipulação e que infelizmente ainda acreditam na fábula do burguês mítico, o burguês que enriqueceu trabalhando duro de sol a sol. E se entregam a reproduzir o sistema, acreditando que o trabalho duro é o grande redentor, esquecem que a educação vai muito além de um mero papel timbrado referente a algum título que lhes proporcionem um pequeno aumento de salário.
Queridos amigos, lutem e não se entreguem, pois é isso que eles querem. Não se sintam superiores aos seus companheiros de trabalho, pois para o seu patrão seu título de mestrado é mais caro que a graduação do seu colega de luta, e imagine quem vai ser demitido no final do semestre.
Quero e preciso trabalhar, mas quero um tempo para pescar!

sexta-feira, 30 de maio de 2008

A saúde pública no Rio de Janeiro

Caros amigos, na última segunda feira (25/05/2008) precisei de atendimento médico e tive que procurar um serviço público de saúde, e não foi surpresa encontrar a emergência do hospital municipal Paulino Werneck (Ilha do Governador) lotada e com um péssimo atendimento.
Procuro entender as condições de trabalho de um médico do serviço público, é mal remunerado, não tem condições descentes de exercer sua profissão e passa por uma série de "provações". Apóio os médicos em sua cruzada em busca de respeito, afinal salvam vidas humanas, só não entendo porque alguns profissionais procuram descontar suas insatisfações na pobre população que usa estes serviços.
Nas filas e no atendimento somos tratados como lixo e o serviço oferecido à população é tratado como favor e não como obrigação constitucional do Estado e o pior, todos os meses descontam um percentual de nossos salários para cobrir estes serviços, ou seja, o serviço é pago.
Não posso generalizar, pois existem médicos que respeitam seu juramento e tratam gente como tal, mas o contingente dos que não suportam a idéia de ter quer trabalhar com pobres é muito grande.
Por isso faço uma proposta aos médicos insatisfeitos: Entreguem seus cargos e dêem oportunidade a aqueles que não sentem nojo de seu dever!
Um abraço e até a próxima!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Que Estado é esse?

Para inaugurar nosso blog usarei um comentário de Marx sobre o Estado, pois muito se comenta da atuação desta instituição em nossas vidas.
Apesar de ser tratado como ultrapassado Marx ainda é atual. Suas críticas deram origem a uma série de contestações sobre a maneira de atuar do capital.
Mesmo o Estado que deveria ser imparcial se rende a interesses capitalistas particulares e nunca responde pela maioria.

“O Estado é um instrumento essencial de dominação de classes na sociedade capitalista. Ele não está acima dos conflitos de classes, mas profundamente envolvidos neles. Sua intervenção no conflito é vital e se condiciona ao caráter essencial do Estado como meio da dominação de classe”.

(...) “o Estado representa o braço repressivo da burguesia. A ascensão do Estado como força repressiva para manter sobre controle os antagonismos de classe, descreve a natureza de classe do Estado”. (Karl Marx)

Mas não devemos nos iludir com promessas de um Estado isento, pois esta instituição foi criada por aqui, para atender os interesses das elites locais.
Nunca deveríamos alegar que ele não funciona bem, pois se ainda representa uma minoria, significa que está trabalhando de acordo com os interesses de seus donos.
E ao invés de criticarmos os pensamentos de Marx e continuarmos os tratando como ultrapassados, precisamos contextualizá-los ao nosso tempo e contemplarmos a riqueza de suas críticas.